Projeto alerta os tutores de cães e gatos para intoxicações por plantas e alimentos

Projeto de extensão universitária desenvolvido por alunos e professores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ-USP) divulga informações para médicos-veterinários, profissionais do segmento pet e responsáveis por cães e gatos sobre intoxicação por alimentos e plantas no ambiente doméstico.

O nome Petmosfera  faz referência ao ambiente do animal e se relaciona com o objetivo principal de transmitir informações que auxiliem os proprietários  a oferecerem uma atmosfera segura para os seus pets. 

Nos materiais elaborados no projeto, a principal mensagem é sobre a importância de conhecer as plantas e alimentos tóxicos, assim como os principais sinais clínicos para saber identificar quando o atendimento veterinário deve ser buscado.

Para disponibilizar temas relevantes à saúde animal, foi criado o site Petmosfera.

Segundo Júlia Waldvogel, integrante e idealizadora do projeto, “espera-se que se torne referência para o compartilhamento de informações seguras, de fácil compreensão e cientificamente comprovadas”. 

Na plataforma estão disponibilizados materiais como bancos de imagem para auxiliar na identificação de plantas e revistas para download e consulta de informações sobre intoxicação causada por plantas ornamentais e alimentos, além de um blog com artigos diversos sobre o mundo pet, jardinagem e outras intoxicações domésticas.

No projeto também são elaborados cartazes com orientações que são distribuídos em lojas de produtos do segmento  e realiza treinamentos para difundir as informações em clínicas veterinárias e hospedagens para animais. “Tudo com o objetivo de reduzir acidentes  e preservar a saúde dos pets”, destaca Ana Karoline Martins, integrante do projeto.

Alimentação é coisa séria

Para quem pensa que  dar restos de comida ou deixar os pets comerem algum alimento que caiu no chão,  são ações que parecem inofensivas,  as alunas alertam que isso pode causar danos para a saúde dos animais. “Os sinais clínicos, que podem ser diferentes em cada indivíduo e de acordo com a causa da intoxicação, mas frequentemente são observadas manifestações gastrointestinais, e podem acontecer ainda efeitos no sistema nervoso e cardiovascular,” esclarece a aluna Gabriela Borzan.

“Os filhotes frequentemente estão mais envolvidos nos casos de intoxicação, porque são mais curiosos e atraídos pelas diferentes cores e cheiros dos objetos no ambiente, que os animais de outras idades,” explica Júlia Camargo.

Dentre os alimentos, o campeão de intoxicação é o chocolate, que causa, em casos leves, vômito, hiperatividade e aumento da quantidade de urina, e, em casos graves, febre, rigidez muscular e convulsões. Além deles, abacate, alho, cebola e café, entre outros, também são alimentos que apresentam riscos para a saúde dos animais.

Outro alerta é sobre as plantas ornamentais. Comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge, antúrio e azaleia oferecem perigos se ingeridas por cães e gatos. Por serem comuns nos lares, contribuem para o maior índice de ocorrência de casos de intoxicação.

“Muitas pessoas acreditam que cães e gatos, por instinto, identificam as plantas tóxicas. Em artigos publicados no blog do Petmosfera esse tema é desmistificado. Por isso acreditamos que o projeto pode contribuir muito para a saúde e bem-estar dos pets,” conclui Helena Martos. 

Surgimento do projeto

O tema “planejamento de projetos de educação em saúde pública”, de uma aula prática do professor Fábio Gregori, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS), foi o ponto de partida do Projeto. O professor apoiou o desenvolvimento da proposta e depois, a professora Silvana Gorniak do Departamento de Patologia (VPT)  passou a ajudar a torná-lo realidade.

Atualmente, a equipe do Petmosfera é formada por três bolsistas PUB (Ana, Gabriela  e Júlia Camargo); uma bolsista custeada por um dos patrocinadores (Júlia Waldvogel) e uma aluna voluntária (Helena). O PUB é o Programa Unificado de Bolsas de Estudos para Estudantes de Graduação (PUB) que faz parte da Política de Apoio à Permanência e Formação Estudantil da USP. Tem o objetivo de engajar os alunos em atividades de investigação científica ou projetos associados às atividades-fim da Universidade, de maneira a contribuir para a formação acadêmica e profissional.

Parceiros

Em 2021, o projeto teve fomento do Santander Universidades, por meio de um edital em conjunto com a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo (PRCEU-USP), para apoio na produção de materiais de divulgação.

Em 2022, o projeto conta com o apoio das empresas PremieRpet e Zoetis. Estas orientam as alunas quanto a posicionamento de marketing, contato com outras empresas parceiras para divulgação, e desenvolvimento de artigos técnicos para capacitação de veterinários e profissionais do mercado pet. 

Para saber mais: Instagram @pet.mosfera e  www.petmosfera.com.

Com informações da Agência Universitária de Notícias  (AUN) da ECA-USP, publicadas em – 02/06/2022